Jornada promove Oficina de
Produção de Conteúdos Audiovisuais
Os cineasta e produtor de TV Pedro Ortiz e Giuliano Tourino ministram a oficina sobre “Produção Audiovisual Multimídia para Cinema, TV e Vídeo”, pelas manhãs e tardes dos dias 8 e 9 de setembro, no Auditório da Faculdade de Educação da UFBA. A oficina, que tem como foco documentários para web, unindo cinema, vídeo, TV e internet, trabalha com o conceito dos webdocumentártios. As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas através do site da Jornada (www.jornadabahia.com).
Diretor da TV USP, Ortiz propõe uma abordagem conceitual e teórica sobre as relações entre cinema, TV e vídeo, a convergência de mídias na era digital, a linguagem e os recursos da produção multimídia. Para isso, utiliza muitos exemplos e também uma pequena oficina prática de produção de webdocumentários e vídeos de bolso com câmeras portáteis, amadoras, digitais, celulares e dispositivos de mídia.
Segundo Pedro Ortiz, é possível realizar produções audiovisuais com poucos recursos e dispositivos acessíveis. “Queremos mostrar que também é possível realizar produções audiovisuais criativas e inovadoras em termos de linguagem com poucos recursos a partir do uso de dispositivos de mídia acessíveis, portáteis, amadores, com ótimos resultados e com inúmeras possibilidades de distribuição nas mídias digitais e redes sociais", afirma o diretor que estréia o documentário "Passageiro(s) da Utopia”, com Dom Pedro Casaldáliga, na Jornada deste ano, no dia 13, às 18h, no Cine Teatro ICBA.
Programa - O programa é dividido em quatro módulos. O primeiro, “Documentário e as relações entre Cinema, TV e Vídeo”, faz um breve histórico de produções para cinema e TV, experiências na televisão brasileira (Globo Repórter, Hora da Notícia, Documento Especial, Caminhos & Parcerias) e em canais internacionais (BBC - Behind the Lines, BBC Four Documentaries, Frontline - PBS). No segundo módulo, “Produção Audiovisual Multimídia”, Ortiz e Tourino traçam um panorama geral e as principais tendências atuais. Convergência de mídias na era digital: cinema, televisão, rádio, vídeo, internet.
A terceira parte da oficina, “ Linguagem, Narrativas e Plataformas Multimídias”, faz uma abordagem dos recursos tecnológicos e de linguagem e das principais inovações nas narrativas audiovisuais dentro da produção multimídia. Novas formas de produção e de distribuição de conteúdos audiovisuais nas mídias digitais. Finalizando com a “Oficina prática de produção de mini-documentário multimídia”.
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
quinta-feira, 30 de junho de 2011
HYÈNES
Hommage à Djibril Diop Mambéty
Soirée spéciale d'hommage autour des films du réalisateur disparu en juillet 1998.
Vendredi 11 juillet 2008
Hyènes
Sénégal, 1992, 110 min
Scénario et réalisation : Djibril Diop Mambéty
Musique : Wasis Diop
Avec Ami Diakhaté, Mansour Diouf, Djibril Diop, Abdoulaye Diop, Mahouredia Gueye, Issa Samb, Hanny Tchelley
Adapté de La Visite de la vieille dame de Friedrich Dürrenmatt
À Colobane, petite ville endormie dans la chaleur du Sahel, on annonce le retour de Linguère Ramatou qui a fait fortune. Majestueuse et vêtue de noir, Linguère arrive en train. Au premier rang de la foule qui se précipite, Draamaan Drameh, son amour d'autrefois. Linguère décide de faire pleuvoir sa richesse sur la ville, à une condition, une seule: que Draamaan soit condamné à mort, car jadis, il l'a trahie. La foule est consternée.
Pourtant les habitants de la ville n'hésiteront finalement pas à condamner Draamaan, mais la «vieille dame» connaît les foules et leurs faiblesses…
On peut imaginer que Linguère est en fait Anta, l'héroïne de Touki Bouki, partie en bateau tout juste vingt ans plus tôt… et qui revient, chargée de richesse et de douleur… Un film magnifique, présenté en compétition officielle au festival de Cannes, et qui demeurera le testament de ce cinéaste fulgurant, poète et visionnaire, de cet «homme aux semelles de vent», L'«ami africain» irremplaçable, qui avait nom Djibril Diop Mambéty
Nota: há cópia deste filme com legendas em ingles, françês e espanhol. Encontrei este site na internet e deixo aqui para quem se interessar. Tenho uma cópia do filme e considero que vale não só a homenagem ao seu realizador como uma aproximação das lendas e contos senegaleses aqui reconstruídas. Não é simples nem vapt-vupt adentrar-se por esta linguagem narrativa da herança africana, requer esmero, dedicação e retornar várias vezes às imagens preciosas do Djibril. Beleza de filme.
Soirée spéciale d'hommage autour des films du réalisateur disparu en juillet 1998.
Vendredi 11 juillet 2008
Hyènes
Sénégal, 1992, 110 min
Scénario et réalisation : Djibril Diop Mambéty
Musique : Wasis Diop
Avec Ami Diakhaté, Mansour Diouf, Djibril Diop, Abdoulaye Diop, Mahouredia Gueye, Issa Samb, Hanny Tchelley
Adapté de La Visite de la vieille dame de Friedrich Dürrenmatt
À Colobane, petite ville endormie dans la chaleur du Sahel, on annonce le retour de Linguère Ramatou qui a fait fortune. Majestueuse et vêtue de noir, Linguère arrive en train. Au premier rang de la foule qui se précipite, Draamaan Drameh, son amour d'autrefois. Linguère décide de faire pleuvoir sa richesse sur la ville, à une condition, une seule: que Draamaan soit condamné à mort, car jadis, il l'a trahie. La foule est consternée.
Pourtant les habitants de la ville n'hésiteront finalement pas à condamner Draamaan, mais la «vieille dame» connaît les foules et leurs faiblesses…
On peut imaginer que Linguère est en fait Anta, l'héroïne de Touki Bouki, partie en bateau tout juste vingt ans plus tôt… et qui revient, chargée de richesse et de douleur… Un film magnifique, présenté en compétition officielle au festival de Cannes, et qui demeurera le testament de ce cinéaste fulgurant, poète et visionnaire, de cet «homme aux semelles de vent», L'«ami africain» irremplaçable, qui avait nom Djibril Diop Mambéty
Nota: há cópia deste filme com legendas em ingles, françês e espanhol. Encontrei este site na internet e deixo aqui para quem se interessar. Tenho uma cópia do filme e considero que vale não só a homenagem ao seu realizador como uma aproximação das lendas e contos senegaleses aqui reconstruídas. Não é simples nem vapt-vupt adentrar-se por esta linguagem narrativa da herança africana, requer esmero, dedicação e retornar várias vezes às imagens preciosas do Djibril. Beleza de filme.
segunda-feira, 30 de maio de 2011
SÓ A EDUCAÇÃO SALVA
NOTA: vale ler o artigo divulgado hoje sobre a tragédia que vivemos no cotidiano, a seguir.
De: Jorge Werthein
Data: 30 de maio de 2011 09:10:44 BRT
Para: undisclosed-recipients:;
Assunto: artículo de hoy publicado no O Globo
OPINIÃO - ARTIGO
O Globo | Opinião | Link
Só a educação salva
Rio de Janeiro, BR - segunda-feira, 30 de maio de 2011
JORGE WERTHEIN e MIRIAM ABRAMOVAY
A tragédia na Escola Tasso da Silveira, em Realengo, no Rio de Janeiro, chama a atenção para um fenômeno que vem ocorrendo há muitos anos nas escolas brasileiras: violências de vários tipos. As notícias são reveladoras. Uma professora, no mesmo dia do massacre, ameaçou os alunos com a seguinte frase no quadro-negro: "Fiquem quietos, caso contrário, usarei minha AR-15, de 3,5m de cano, que está em minha bolsa. A arma é automática..." Na Bahia, policiais encontraram armas em mochilas de estudantes. Em Santa Catarina, direção e professores de unidade da rede estadual relatam que um adolescente de 12 anos vem causando transtornos por meio de ameaças e agressões. Ou seja, temos nas nossas escolas violências físicas, verbais, racismo, discriminações, entrada de armas, furtos, violências sexuais, que já fazem parte do cotidiano.
Mas é evidente que Realengo foi a que nos deixou dores mais profundas e também algumas lições. Uma delas revela-se ao nos determos no passado do responsável pelo ataque criminoso que tirou a vida de 12 crianças. As investigações indicam que ele foi vítima de bullying na infância, quando era estudante da mesma Tasso da Silveira, na qual, anos mais tarde, entraria para matar e morrer. Esse tipo de violência acontece frequentemente e pode provocar traumas irreversíveis em suas vítimas. É o que se denomina de microviolência e, na maioria das vezes, passa despercebida pela instituição e nem sequer é considerada como problema.
Há décadas, pesquisadores de várias partes do mundo e do Brasil vêm alertando para a importância de se prestar mais atenção ao fenômeno das violências nas escolas, especialmente a violência intramuros, ou seja, entre estudantes e entre estes e seus professores e outros membros da comunidade escolar. Está provado que o chamado clima escolar prejudica o processo de ensino e aprendizagem e torna as escolas mais vulneráveis.
A solução do problema passa pela ação conjunta de familiares, educadores, governo e sociedade civil, inclusive meios de comunicação. Todos têm sua parcela de contribuição para a formação de meninos e meninas, adolescentes e jovens dentro e fora do ambiente escolar. Os projetos de Convivência Escolar podem vir a mudar situações de violência e as estratégias de intervenção, ao incluir diagnósticos para conhecer a realidade das escolas e tratar de modificá-la. Esses projetos precisam sair do papel, de preferência dentro de um espectro mais amplo, que contemple também o entorno da escola, famílias, vizinhos, polícia. A violência é um fenômeno globalizado, mas costuma ser mais comum em sociedades desiguais, excludentes, menos comprometidas com princípios éticos. Assim, enfrentar a violência envolve enfrentar também desigualdades, discriminações, arbitrariedades, injustiças.
A repressão geralmente aparece como solução mágica, instantânea, em momentos de elevada tensão. No entanto, ela não resolve os problemas internos da instituição escolar. Medidas preventivas, com compreensão e abordagem mais profundas, poderão ter maior efeito no longo prazo. Incluir a questão da violência nas escolas nos cursos de formação de professores, implementar nas escolas programas de mediação que, entre outras ações, promovam o diálogo entre os principais atores do processo educativo e trazer os pais para um diálogo mais sistemático com as instituições de ensino são estratégias que poderiam favorecer uma nova cultura escolar, transformando o cotidiano de risco em cotidiano protetor. Em um ambiente acolhedor, será mais difícil o desenvolvimento de psicopatias e sociopatias. A repressão só faria sentido se tudo o mais falhasse, inclusive a educação como valor.
MIRIAM ABRAMOVAY é socióloga.
De: Jorge Werthein
Data: 30 de maio de 2011 09:10:44 BRT
Para: undisclosed-recipients:;
Assunto: artículo de hoy publicado no O Globo
OPINIÃO - ARTIGO
O Globo | Opinião | Link
Só a educação salva
Rio de Janeiro, BR - segunda-feira, 30 de maio de 2011
JORGE WERTHEIN e MIRIAM ABRAMOVAY
A tragédia na Escola Tasso da Silveira, em Realengo, no Rio de Janeiro, chama a atenção para um fenômeno que vem ocorrendo há muitos anos nas escolas brasileiras: violências de vários tipos. As notícias são reveladoras. Uma professora, no mesmo dia do massacre, ameaçou os alunos com a seguinte frase no quadro-negro: "Fiquem quietos, caso contrário, usarei minha AR-15, de 3,5m de cano, que está em minha bolsa. A arma é automática..." Na Bahia, policiais encontraram armas em mochilas de estudantes. Em Santa Catarina, direção e professores de unidade da rede estadual relatam que um adolescente de 12 anos vem causando transtornos por meio de ameaças e agressões. Ou seja, temos nas nossas escolas violências físicas, verbais, racismo, discriminações, entrada de armas, furtos, violências sexuais, que já fazem parte do cotidiano.
Mas é evidente que Realengo foi a que nos deixou dores mais profundas e também algumas lições. Uma delas revela-se ao nos determos no passado do responsável pelo ataque criminoso que tirou a vida de 12 crianças. As investigações indicam que ele foi vítima de bullying na infância, quando era estudante da mesma Tasso da Silveira, na qual, anos mais tarde, entraria para matar e morrer. Esse tipo de violência acontece frequentemente e pode provocar traumas irreversíveis em suas vítimas. É o que se denomina de microviolência e, na maioria das vezes, passa despercebida pela instituição e nem sequer é considerada como problema.
Há décadas, pesquisadores de várias partes do mundo e do Brasil vêm alertando para a importância de se prestar mais atenção ao fenômeno das violências nas escolas, especialmente a violência intramuros, ou seja, entre estudantes e entre estes e seus professores e outros membros da comunidade escolar. Está provado que o chamado clima escolar prejudica o processo de ensino e aprendizagem e torna as escolas mais vulneráveis.
A solução do problema passa pela ação conjunta de familiares, educadores, governo e sociedade civil, inclusive meios de comunicação. Todos têm sua parcela de contribuição para a formação de meninos e meninas, adolescentes e jovens dentro e fora do ambiente escolar. Os projetos de Convivência Escolar podem vir a mudar situações de violência e as estratégias de intervenção, ao incluir diagnósticos para conhecer a realidade das escolas e tratar de modificá-la. Esses projetos precisam sair do papel, de preferência dentro de um espectro mais amplo, que contemple também o entorno da escola, famílias, vizinhos, polícia. A violência é um fenômeno globalizado, mas costuma ser mais comum em sociedades desiguais, excludentes, menos comprometidas com princípios éticos. Assim, enfrentar a violência envolve enfrentar também desigualdades, discriminações, arbitrariedades, injustiças.
A repressão geralmente aparece como solução mágica, instantânea, em momentos de elevada tensão. No entanto, ela não resolve os problemas internos da instituição escolar. Medidas preventivas, com compreensão e abordagem mais profundas, poderão ter maior efeito no longo prazo. Incluir a questão da violência nas escolas nos cursos de formação de professores, implementar nas escolas programas de mediação que, entre outras ações, promovam o diálogo entre os principais atores do processo educativo e trazer os pais para um diálogo mais sistemático com as instituições de ensino são estratégias que poderiam favorecer uma nova cultura escolar, transformando o cotidiano de risco em cotidiano protetor. Em um ambiente acolhedor, será mais difícil o desenvolvimento de psicopatias e sociopatias. A repressão só faria sentido se tudo o mais falhasse, inclusive a educação como valor.
MIRIAM ABRAMOVAY é socióloga.
segunda-feira, 16 de maio de 2011
Filmografia Africana_PROGRAMAÇÃO
SALA ALEXANDRE ROBATTO – DE 20 A 26 DE MAIO Endereço: Rua General Labatut, 27 – subsolo da Biblioteca Pública dos
Barris
Meninos da África
Dois momentos da filmografia africana guardam em comum os seus jovens protagonistas diante dos conflitos sociais e históricos do continente.
Apoio: Cinemateca da Embaixada da França no Rio de Janeiro. Entrada franca
14h30
As Ruas de Casablanca (Ali Zaoua, prince de la rua,
França/Bélgica/Marrocos, 2000)
Direção: Nabil Ayouch.
Elenco: Hichan Moussoune, Mnounïm Kbab, Mustapha Hansali e Saïd
Taghmaouï. Duração: 90 minutos.
Classificação: 14 anos
17h
Tabataba (França/Madagascar, 1987).
Direção: Raymond Rajaonarivelo.
Duração: 79 minutos.
Elenco: François Botozandry, Lucien Dakadissy, Soatody, Soavelo,
Rasoa, Philippe Nahoun e Jacky Guedan.
Classificação: 14 anos
Sinopse - Em 1947, os habitantes da aldeia de Tanala na costa Este de
Madagáscar, participam de revoltas na grande revolta contra a
colonização francesa. A história da insurreição e da sua repressão é
recriada através dos olhos de Solo, jovem rapaz para quem a vida
cotidiana e a infância não serão nunca transtornadas.
SALA WALTER DA SILVEIRA – PROGRAMAÇÃO DE
27 DE MAIO A 2 DE JUNHO/2011 SALA WALTER DA SILVEIRA
Endereço: Rua General Labatut, 27 – subsolo da Biblioteca Pública dos Barris
Estreia 18h
Cuba, uma Odisséia Africana (Cuba, une Odyssée Africaine, França,
2007). Direção: Jihan El Tahri
Documentário
Duração: 190 minutos.
Classificação: 10 anos
Entrada franca
Apoio: Cinemateca da Embaixada da França no Rio de Janeiro
Sinopse - Os soviéticos queriam prolongar sua influência a um novo
continente, os Estados Unidos aspiravam se apropriar das riquezas naturais da África, os antigos Impérios sentiam escapar sua potência colonial e as jovens nações defendiam sua independência recentemente adquirida.Contra o capitalismo, o socialismo ou o colonialismo, estes povos que dispõem, pela primeira vez, do seu próprio país constituem uma espécie de terceiro bloco e combatem em nome de um novo ideal: o internacionalismo como arma para assegurar a independência nacional.Todos os jovens revolucionários africanos, como Patrice Lumumba, Almicar Cabral oAgostinho Neto chamam os guerrilheiros cubanos para lhes ajudarem em sua luta. E a Cuba de Fidel Castro exerce um papel central na nova estratégia ofensiva das nações do terceiro mundo contra o colonialismo dos novos e antigos impérios.
Esta guerra dita "fria" e seus conflitos "por procuração", desde a epopéia tragicômica de Che Guevara, no Congo, até o triunfo da batalha de Cuito Cuanavale, em Angola, Cuba, uma Odisséia Africana conta a história destes internacionalismos cuja a saga explica o mundo atual:eles ganharam todas as batalhas, terminaram por perder a guerra.
De 3 a 9 de junho
Novos documentários africanos. Com o apoio da Cinemateca da Embaixada da França no Rio de Janeiro, estreiam em Salvador dois documentários inéditos no Brasil que lançam nova luz sobre osproblemas e a riqueza natural e cultural do continente africano.
Entrada franca/ Apoio: Cinemateca da Embaixada da França no Rio de Janeiro
Programação
3 a 9 de junho
19h
Atlânticos (Atlantiques, FRA/SEN, 2009)> Direção: Mati Diop.
Documentário
Duração: 15 minutos.
Classificação: 10 anos
Sinopse - À noite, em volta da fogueira num acampamento, Serigne, um jovem de Dakar (Senegal), conta aos seus amigos sua odisséia de clandestino embarcado. Eles ficam desconcertados e se surpreendem com sua coragem, que o conduziu a enfrentar o oceano Atlântico e a morte. Todos escutam aquele que escapou do perigo sem entender perfeitamente o que o levou a embarcar para a Europa, onde a sobrevivência é mais fácil, mas parece ser inalcançável.
Sob as Brumas da Floresta (Les Brumes de Manengouba, FRA/CAM, 2007)
Direção: Guillaume de Ginestel.
Documentário.
Duração: 52 minutos
Classificação: 10 anos
Sinopse - Em Camarões, no coração do mundo perdido, os habitantes e oscientistas lutam par preservar uma densa floresta tropical cheia de espécies endêmicas de plantas.Um descobrimento recente desvendou um dos escassos santuários, nos quais os habitantes são grandes macacos chamados Drills, uma espécie que deve ser protegida na África. Dentro da encantadora região, descobrimos a riqueza da flora e encontramos uma tribo indígena que luta incansavelmente para preservar sua região dos perigos da floresta.
Nota: Reenvio para os(as) amigos(as) a programação das Salas Walter da Silveira e Alexandre Robatto que foi-me enviada por ADOLFO GOMES, responsável pela sempre cuidadosa seleção de filmografias clássicas e valiosas para apreciação da sétima arte.
Barris
Meninos da África
Dois momentos da filmografia africana guardam em comum os seus jovens protagonistas diante dos conflitos sociais e históricos do continente.
Apoio: Cinemateca da Embaixada da França no Rio de Janeiro. Entrada franca
14h30
As Ruas de Casablanca (Ali Zaoua, prince de la rua,
França/Bélgica/Marrocos, 2000)
Direção: Nabil Ayouch.
Elenco: Hichan Moussoune, Mnounïm Kbab, Mustapha Hansali e Saïd
Taghmaouï. Duração: 90 minutos.
Classificação: 14 anos
17h
Tabataba (França/Madagascar, 1987).
Direção: Raymond Rajaonarivelo.
Duração: 79 minutos.
Elenco: François Botozandry, Lucien Dakadissy, Soatody, Soavelo,
Rasoa, Philippe Nahoun e Jacky Guedan.
Classificação: 14 anos
Sinopse - Em 1947, os habitantes da aldeia de Tanala na costa Este de
Madagáscar, participam de revoltas na grande revolta contra a
colonização francesa. A história da insurreição e da sua repressão é
recriada através dos olhos de Solo, jovem rapaz para quem a vida
cotidiana e a infância não serão nunca transtornadas.
SALA WALTER DA SILVEIRA – PROGRAMAÇÃO DE
27 DE MAIO A 2 DE JUNHO/2011 SALA WALTER DA SILVEIRA
Endereço: Rua General Labatut, 27 – subsolo da Biblioteca Pública dos Barris
Estreia 18h
Cuba, uma Odisséia Africana (Cuba, une Odyssée Africaine, França,
2007). Direção: Jihan El Tahri
Documentário
Duração: 190 minutos.
Classificação: 10 anos
Entrada franca
Apoio: Cinemateca da Embaixada da França no Rio de Janeiro
Sinopse - Os soviéticos queriam prolongar sua influência a um novo
continente, os Estados Unidos aspiravam se apropriar das riquezas naturais da África, os antigos Impérios sentiam escapar sua potência colonial e as jovens nações defendiam sua independência recentemente adquirida.Contra o capitalismo, o socialismo ou o colonialismo, estes povos que dispõem, pela primeira vez, do seu próprio país constituem uma espécie de terceiro bloco e combatem em nome de um novo ideal: o internacionalismo como arma para assegurar a independência nacional.Todos os jovens revolucionários africanos, como Patrice Lumumba, Almicar Cabral oAgostinho Neto chamam os guerrilheiros cubanos para lhes ajudarem em sua luta. E a Cuba de Fidel Castro exerce um papel central na nova estratégia ofensiva das nações do terceiro mundo contra o colonialismo dos novos e antigos impérios.
Esta guerra dita "fria" e seus conflitos "por procuração", desde a epopéia tragicômica de Che Guevara, no Congo, até o triunfo da batalha de Cuito Cuanavale, em Angola, Cuba, uma Odisséia Africana conta a história destes internacionalismos cuja a saga explica o mundo atual:eles ganharam todas as batalhas, terminaram por perder a guerra.
De 3 a 9 de junho
Novos documentários africanos. Com o apoio da Cinemateca da Embaixada da França no Rio de Janeiro, estreiam em Salvador dois documentários inéditos no Brasil que lançam nova luz sobre osproblemas e a riqueza natural e cultural do continente africano.
Entrada franca/ Apoio: Cinemateca da Embaixada da França no Rio de Janeiro
Programação
3 a 9 de junho
19h
Atlânticos (Atlantiques, FRA/SEN, 2009)> Direção: Mati Diop.
Documentário
Duração: 15 minutos.
Classificação: 10 anos
Sinopse - À noite, em volta da fogueira num acampamento, Serigne, um jovem de Dakar (Senegal), conta aos seus amigos sua odisséia de clandestino embarcado. Eles ficam desconcertados e se surpreendem com sua coragem, que o conduziu a enfrentar o oceano Atlântico e a morte. Todos escutam aquele que escapou do perigo sem entender perfeitamente o que o levou a embarcar para a Europa, onde a sobrevivência é mais fácil, mas parece ser inalcançável.
Sob as Brumas da Floresta (Les Brumes de Manengouba, FRA/CAM, 2007)
Direção: Guillaume de Ginestel.
Documentário.
Duração: 52 minutos
Classificação: 10 anos
Sinopse - Em Camarões, no coração do mundo perdido, os habitantes e oscientistas lutam par preservar uma densa floresta tropical cheia de espécies endêmicas de plantas.Um descobrimento recente desvendou um dos escassos santuários, nos quais os habitantes são grandes macacos chamados Drills, uma espécie que deve ser protegida na África. Dentro da encantadora região, descobrimos a riqueza da flora e encontramos uma tribo indígena que luta incansavelmente para preservar sua região dos perigos da floresta.
Nota: Reenvio para os(as) amigos(as) a programação das Salas Walter da Silveira e Alexandre Robatto que foi-me enviada por ADOLFO GOMES, responsável pela sempre cuidadosa seleção de filmografias clássicas e valiosas para apreciação da sétima arte.
sábado, 7 de maio de 2011
site: www.josecalasans.com.br

Nota: Para consulta, estudos e pesquisas, clicar no site www.josecalasans.com.br.
Um bravo combatente
Povoado do Belo Monte, antigo Arraial de Santo Antônio dos Canudos, foi destruído pelas forças republicanas nos primeiros dias de outubro de 1897.
Em 1947, quando das rememorações do cinqüentenário da Guerra de Canudos, o vilarejo, reconstruído no início do século XX sobre as ruínas do arraial conselheirista, recebeu a visita de Odorico Tavares e Pierre Verger. Ambos, jornalista e fotógrafo, fariam uma reportagem para a revista O Cruzeiro que seria um marco nos estudos canudenses. Nela são apresentados os primeiros depoimentos dos sobreviventes do conflito.A História começou a registrar a voz dos vencidos.
Pouco tempo depois, em 1950, José Calasans Brandão da Silva iniciou estudos para elaborar uma tese que privilegiasse a tradição oral sobre a Guerra de Canudos, a vida de Antônio Conselheiro e o Povoado do Belo Monte. Para realizá-la, foi ao sertão, conversou com sobreviventes e compilou preciosas informações que abririam novas veredas para pesquisas sobre o tema.
Com a reportagem de Tavares e Verger e as investigações de José Calasans iniciou-se a oralidade da tragédia sertaneja, até então ofuscada pela grandeza literária do livro Os sertões, de Euclydes da Cunha.
Hoje, mais de cem anos depois da destruição do Arraial de Canudos, dispomos de informações que contemplam os dois lados da bárbara peleja. E muito devemos aos estudos do Professor José Calasans. Suas pesquisas, além de esclarecerem inúmeros episódios da Guerra, tiraram das coxias dos palcos da História as pessoas que ali, às margens do Rio Vazabarris, ouviam ao entardecer as prédicas e conselhos de Antônio Conselheiro.
Armado apenas com a obstinação e paciência do historiador, José Calasans entrincheirou-se nos escombros do arraial conselheirista e foi um dos seus mais bravos defensores.
Claude Santos
Fotógrafo e estudioso da Guerra de Canudos.
domingo, 27 de março de 2011
ENCONTRO COM MILTON SANTOS
NOTA: Transcrevo, a seguir, pela importância e valor, o artigo do cineasta Sílvio Tendler.
DEZ ANOS SEM MILTON SANTOSPor Silvio Tendler, 23.03.2011
No inicio de 2001 entrevistei o professor Milton Santos. A riqueza do depoimento do geógrafo me obrigou a transformá-lo no filme “Encontro com Milton Santos ou o mundo global visto do lado de cá”. Lá pelas tantas o professor critica a “neutralidade” dos analistas econômicos dizendo que eles defendiam os interesses das empresas que serviam.
Dez anos depois o cineasta Charles Ferguson em seu magnífico filme “Inside Job” esmiúça em detalhes a fala de Milton Santos e revela a promiscuidade nos Estados Unidos entre bancos, governo e universidades. Revela a ciranda entre universitários que servem a bancos e empresas financeiras, vão para o governo, enriquecem nesse trajeto, não pagam impostos, escrevem pareceres milionários para governos estrangeiros induzindo a adotarem políticas que favoreçam o sistema financeiro internacional. Quebram aplicadores e fundos de pensão incentivando a investirem em papéis, que já sabiam, com antecedência, micados. E quando são demitidos das instituições financeiras partem com indenizações milionárias. Acertadamente este filme ganhou o Oscar de melhor documentário de 2011.
Na outra ponta da história está o filme “Biutiful” do Mexicano Alezandro Gonzalez Iñarritu, rodado em Barcelona e narra a vida dos fodidos, das vitimas do sistema financeiro internacional: africanos e chineses que vão para a Espanha para escapar da fome e do desemprego e se submetem a condições de vida sub-humanas. O trabalho do ator Javier Bardem rendeu o prêmio de melhor ator do Festival de Cannes de 2010.
São filmes para ninguém botar defeito e desconstroem as perversidades do mundo em que estamos vivendo.
Em discurso recente em Wisconsin, solidário aos trabalhadores que lutam contra novas gatunagens, o colega estadunidense Michael Moore declarou:
“Vou repetir. 400 norte-americanos obscenamente ricos, a maior parte dos quais foram beneficiados no ‘resgate’ de 2008, pago aos bancos, com muitos trilhões de dólares dos contribuintes, têm hoje a mesma quantidade de dinheiro, ações e propriedades que tudo que 155 milhões de norte-americanos conseguiram juntar ao longo da vida, tudo somado. Se dissermos que fomos vítimas de um golpe de estado financeiro, não estamos apenas certos, mas, além disso, também sabemos, no fundo do coração, que estamos certos.
Mas não é fácil dizer isso, e sei por quê. Para nós, admitir que deixamos um pequeno grupo roubar praticamente toda a riqueza que faz andar nossa economia, é o mesmo que admitir que aceitamos, humilhados, a ideia de que, de fato, entregamos sem luta a nossa preciosa democracia à elite endinheirada. Wall Street, os bancos, os 500 da revistaFortune governam hoje essa República – e, até o mês passado, todos nós, o resto, os milhões de norte-americanos, nos sentíamos impotentes, sem saber o que fazer”.
E arrematou com maestria e indignação:
“…Falei com o meu coração, sobre os milhões de nossos compatriotas americanos que tiveram suas casas e empregos roubados por uma classe criminosa de milionários e bilionários. Foi na manhã seguinte ao Oscar, na qual o vencedor de melhor documentário por “Inside Job” estava ao microfone e declarou: “Devo começar por salientar que, três anos depois de nossa terrível crise financeira causada por fraude financeira, nem mesmo um único executivo financeiro foi para a cadeia. E isso é errado. “E ele foi aplaudido por dizer isso. (Quando eles pararam de vaiar discursos de Oscar? Droga!)”
Esse ano celebramos os dez anos da morte do professor Milton Santos. Quem quiser ler “Por uma Outra Globalização” do Professor Milton Santos encontrará um diagnóstico perfeito do processo de globalização que gestou as mazelas descritas em “Inside Job” e “Biutiful”. Quem quiser reencontrá-lo em “Encontro Com Milton Santos ou O Mundo Global Visto do Lado de Cá”, estará celebrando a vida e o pensamento de um dos maiores pensadores do Século 20, capaz de ter antecipado muito do que estamos vivendo hoje. Sempre com seu sorriso nos lábios e o olhar que revelavam sua clarividência desde o primeiro momento em que começava a se manifestar.
(*) Silvio Tendler é cineasta, diretor de Os anos JK, Jango, Utopia & barbárie, entre outros documentários. Crônica originalmente publicada na edição 420 do Brasil de Fato
DEZ ANOS SEM MILTON SANTOSPor Silvio Tendler, 23.03.2011
No inicio de 2001 entrevistei o professor Milton Santos. A riqueza do depoimento do geógrafo me obrigou a transformá-lo no filme “Encontro com Milton Santos ou o mundo global visto do lado de cá”. Lá pelas tantas o professor critica a “neutralidade” dos analistas econômicos dizendo que eles defendiam os interesses das empresas que serviam.
Dez anos depois o cineasta Charles Ferguson em seu magnífico filme “Inside Job” esmiúça em detalhes a fala de Milton Santos e revela a promiscuidade nos Estados Unidos entre bancos, governo e universidades. Revela a ciranda entre universitários que servem a bancos e empresas financeiras, vão para o governo, enriquecem nesse trajeto, não pagam impostos, escrevem pareceres milionários para governos estrangeiros induzindo a adotarem políticas que favoreçam o sistema financeiro internacional. Quebram aplicadores e fundos de pensão incentivando a investirem em papéis, que já sabiam, com antecedência, micados. E quando são demitidos das instituições financeiras partem com indenizações milionárias. Acertadamente este filme ganhou o Oscar de melhor documentário de 2011.
Na outra ponta da história está o filme “Biutiful” do Mexicano Alezandro Gonzalez Iñarritu, rodado em Barcelona e narra a vida dos fodidos, das vitimas do sistema financeiro internacional: africanos e chineses que vão para a Espanha para escapar da fome e do desemprego e se submetem a condições de vida sub-humanas. O trabalho do ator Javier Bardem rendeu o prêmio de melhor ator do Festival de Cannes de 2010.
São filmes para ninguém botar defeito e desconstroem as perversidades do mundo em que estamos vivendo.
Em discurso recente em Wisconsin, solidário aos trabalhadores que lutam contra novas gatunagens, o colega estadunidense Michael Moore declarou:
“Vou repetir. 400 norte-americanos obscenamente ricos, a maior parte dos quais foram beneficiados no ‘resgate’ de 2008, pago aos bancos, com muitos trilhões de dólares dos contribuintes, têm hoje a mesma quantidade de dinheiro, ações e propriedades que tudo que 155 milhões de norte-americanos conseguiram juntar ao longo da vida, tudo somado. Se dissermos que fomos vítimas de um golpe de estado financeiro, não estamos apenas certos, mas, além disso, também sabemos, no fundo do coração, que estamos certos.
Mas não é fácil dizer isso, e sei por quê. Para nós, admitir que deixamos um pequeno grupo roubar praticamente toda a riqueza que faz andar nossa economia, é o mesmo que admitir que aceitamos, humilhados, a ideia de que, de fato, entregamos sem luta a nossa preciosa democracia à elite endinheirada. Wall Street, os bancos, os 500 da revistaFortune governam hoje essa República – e, até o mês passado, todos nós, o resto, os milhões de norte-americanos, nos sentíamos impotentes, sem saber o que fazer”.
E arrematou com maestria e indignação:
“…Falei com o meu coração, sobre os milhões de nossos compatriotas americanos que tiveram suas casas e empregos roubados por uma classe criminosa de milionários e bilionários. Foi na manhã seguinte ao Oscar, na qual o vencedor de melhor documentário por “Inside Job” estava ao microfone e declarou: “Devo começar por salientar que, três anos depois de nossa terrível crise financeira causada por fraude financeira, nem mesmo um único executivo financeiro foi para a cadeia. E isso é errado. “E ele foi aplaudido por dizer isso. (Quando eles pararam de vaiar discursos de Oscar? Droga!)”
Esse ano celebramos os dez anos da morte do professor Milton Santos. Quem quiser ler “Por uma Outra Globalização” do Professor Milton Santos encontrará um diagnóstico perfeito do processo de globalização que gestou as mazelas descritas em “Inside Job” e “Biutiful”. Quem quiser reencontrá-lo em “Encontro Com Milton Santos ou O Mundo Global Visto do Lado de Cá”, estará celebrando a vida e o pensamento de um dos maiores pensadores do Século 20, capaz de ter antecipado muito do que estamos vivendo hoje. Sempre com seu sorriso nos lábios e o olhar que revelavam sua clarividência desde o primeiro momento em que começava a se manifestar.
(*) Silvio Tendler é cineasta, diretor de Os anos JK, Jango, Utopia & barbárie, entre outros documentários. Crônica originalmente publicada na edição 420 do Brasil de Fato
Assinar:
Postagens (Atom)