quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

ENTREVISTA, Março de 2024 ( Primeira Parte)

O Blog Cultura, Política e Cinema ( stelalmeida.blogspot.com )  tem a honra e o prazer de convidar dando continuidade ao intercâmbio cultural, uma marca deste espaço de comunicação,  Carlos Prosser, profissional múltiplo, orientado ao desenvolvimento humano e social, em harmonia com a natureza, ambientalista criativo e um ser de sabedoria e de conhecimento.

  Para apresentá-lo, selecionei dois dos seus trabalhos que, a meu ver, são de imenso valor e formulei perguntas para iniciarmos uma batepapo que deverar manter-se nas próximas postagens. Partilho com vocês a Revista ElArte de la Cultura Nº18-23 , 2024 ( www.bosqueduca.cl, 2024)

Nesta há um espaço dedicado aos Seres Notables, pode -se encontrar uma entrevista de um dos criadores da Corporación Bosqueduca- Programa de Educación y Comunicación para la Ación Climática.  Outra vertente do trabalho de Carlos Prosser pode ser consultado a seguir: O instigante trabalho 21 Claves, Felicidade Sexual, Mujeres. Primeira Edición, Olmué de Chile, Enero 1, 2018. 

Trabalho onde o autor convida a seus leitores a dar um passo e aprender o que suas famílias e comunidades jamais lhes ensinarão, a estimular de forma delicada e intensa o erotismo, o prazer do gozo. Os trabalhos de Carlos Prosser são criações de uma perspectiva holística e participativa, convite ao diálogo.  Durante a pandemia participei como convidada da Webinar promovida pela Ubiquity University que reuniu estudiosos de várias matizes para em colóquios discutirem os caminhos bioregionais para a saúde humana e planetária. 

Publiquei postagem no Blog comentando as conferências realizadas  durante dois meses, destacando o papel de Jane Goodall, Primatologista e Fundadora do Instituto Jane Goodall e  Mensageira da Paz na ONU, dialoguei com nosso entrevistado sobre suas idéias de Educação Ambiental e Meio Ambiente, ouvi relatos sobre os Bosques Nativos. 

 Os diálogos com os participantes da Webinar foram facultados pelo sistema de informatização disponibilizados em chats, com conferências em inglês, sem tradução. Muito interessante a interação com Carlos Prosser, uma vez que detém conhecimento sobre o Meio Ambiente e sensível a troca de saberes, com assertividade e competência. 

Do ponto de vista da política institucional, muito aprendi com o acompanhamento das manifestações populares da vida cidadã do Chile e seus desdobramentos na conquista da democracia. Assisti as aulas proferidas por Carlos Prosser via online sobre a Constituição Chilena seus avanços e retrocessos.  Creio que fiz uma brevíssima apresentação de algumas dimensões do nosso convidado de hoje e  para finalizar, encaminho perguntas.  

Com a palavra: Carlos Prosser.

 1. O Chile, de Pablo Neruda, nos acompanha com emoção e poesia.Como você se apresentaria para os leitores deste Blog? Se quer, comente sobre sua trajetória de vida, seus itinerários e descobertas, ficaremos agradecidos por conhecê-lo mais.   

Como inovador e gestor cultural desenvolvi um método de trabalho que chamei de “estratégia de gestão de mudança cultural”. Em 1979, sob pressão da ditadura de Pinochet e do seu silenciamento de vozes dissidentes, interrompi os meus estudos de Direito (fui o melhor aluno da Faculdade nos primeiros 3 anos) para me dedicar - através da surpresa e do escândalo social - à investigação da cultura do uma perspectiva holística e racional, além dos limites das ciências sociais. 

Tive a profunda intuição e, ao mesmo tempo, um alerta instintivo de que a cultura era o meio mais adequado para alcançar a mudança social que considerava necessária não só no Chile, mas no mundo. Depois de um período difícil, que incluiu perseguição e isolamento, comecei a moldar a minha investigação, recolhi informações de fontes não tradicionais sobre o significado da cultura e apliquei a minha fórmula de mudança cultural à questão ecológica, desenvolvendo cooperativamente projectos que integrassem a educação. , comunicação e redes sociais, com foco em aspectos específicos da gestão ambiental. 

Viajei pelo mundo, aprendi em ashrams na Índia, em campos sufis, me disciplinei em mestres taoístas, pratiquei ensinamentos de povos indígenas e me interessei por física quântica, nova astronomia, neurociência e desenvolvimento pessoal; naturalmente comecei com a minha dinâmica de síntese cultural, que é a base activa do meu método e que me permite integrar harmoniosamente; ensinamentos, práticas e valores de diversas tradições culturais ao redor do mundo.

 

  2. Há um tom suave e amoroso na fala de Carlos Prosser em seus escritos de educação ambiental, educação sexual e educação humanística. Onde aprendeu esses valores e quais as experiências que gostaria de partilhar? 

  Há um processo de síntese cultural em curso, aproxima-se uma nova humanidade que transcende os limites nacionais e raciais. Esta nova forma de ser e de fazer baseia-se em valores e critérios de sabedoria, cujo centro é o amor. O meu caminho alimentado por fontes tão diversas, identificadas na resposta anterior, tem critérios e valores comuns que nos ensinam a transcender o ego básico, as emoções conflitantes e a elevar o nível evolutivo para uma nova e eterna forma de compreender quem somos e o significado da nossa existência. 

 Somos dádivas universais, dádivas - sortudas - mimadas pelas forças da Vida no Universo, surgimos num Planeta de classe hiperluxo, cheio de grandes dádivas e oportunidades, excepcionais em relação aos demais mundos conhecidos, como não agradecer se somos uma expressão da maravilha universal, nosso ser corporal é um milagre energético, físico e espiritual que o ser humano comum dissociado, dominado pelo ego e pelas emoções, vivencia em 15% do seu potencial. 

A gratidão é um sentimento natural quando realmente tomamos consciência do que realmente podemos ser e da tremenda qualidade de vida que podemos experimentar, então a paz, a generosidade, a alegria nos inundam e nos tornam mais suaves, mais amorosos, mais sutis. 

 

 3. Sabemos que você conhece Salvador-Bahia e que admira a cultura afro-brasileira, suas músicas, suas danças, culinárias e jeito de ser. Quais as possibilidades de criarmos interações entre esses países tão diferentes e tão transatlânticos? 

 

Num momento de grande realização pessoal e abundância material resolvi me dar um presente: Ir para o último dos 5 lugares do mundo que eu mais queria conhecer, Bahia - Brasil. Foi uma semana completa dedicada a curtir, experimentar sabores, cores, sensações, danças, lugares. Uma maratona de prazer e alegria. Cada uma dessas 6 noites entre 22h00 e 05h30 dancei incessantemente na mítica Casquiña de Siri, adoro dançar e com aquela música ao vivo tudo foi ótimo e intenso, eu só queria dançar e cara, eu fiz Para isso, todos os dias eu comprava uma camiseta nova no local (que depois dei aos meus sobrinhos), pois a que eu trouxe estava encharcada de suor.

Durante o dia aproveitei o Pelourinho e seus recantos, a casa-museu Poeta Amado, uma apresentação de dança-teatro da cultura afro-brasileira e uma experiência inesquecível e extasiante; o ensaio público do Olodum com dança síncrona com 200 seres de todo o mundo.Também gostei de passeios fora da cidade, o melhor, aquele que me levou a uma vila artesanal e à sua maravilhosa reconversão cultural em torno do ciclo de vida das tartarugas, a minha estratégia de mudança cultural tornou-se realidade.

Aliás, a interação e o intercâmbio cultural são possíveis, esta entrevista é uma expressão disso e podemos organizar todo tipo de ações e eventos que unem Bahía e Valparaíso. Temos tanto em comum: o mar, a poesia, a evolução cultural, alguém disse uma vez que os portos fazem fronteira com o mundo e é verdade, o mar abre a consciência, os marinheiros e os turistas trazem novos mundos e naturalmente ocorre o intercâmbio cultural. Amo a Bahia, tenho isso gravado na pele, no coração e na consciência. 


P.S_ A segunda parte da entrevista será editada na próxima postagem.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2024

Cultura, Política e Cinema: 2024_NOVAS POSTAGENS

Cultura, Política e Cinema: 2024_NOVAS POSTAGENS:  

Amigos/as do Blog: Cultura, Política e Cinema, estivemos fora do ar durante o período de pandemia, um momento de tensão  e reclusão obrigatória em virtude das imensas perdas e mudanças no Planeta Terra, muitos não conseguiram sobreviver e partiram para outras galáxias. Voltamos, uma vez que este espaço foi criado com energias cósmicas e compartilhamentos de diferentes espíritos de colaboração e trabalho de natureza lúdica e de aprendizagem. Aguardem nossos próximos passos! Em breve.