quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Novas Pensatas: Ocupar Wall Street

Nota: Reproduzo, a seguir, postagem publicada em Novas Pensatas por Jonga Olivieri sobre o movimento Ocupar Wall Street. Tem destaque nesta postagem a peça publicitária evidenciada na capa da revista Adbusters. Observe-se que estão presentes argumentos do editor-chefe da revista canadense que demonstram a inteira fragilidade do governo americano. O post além de provocativo convida-nos a uma leitura da Carta Capital, revista brasileira que mantém-nos informados e atentos aos movimentos recentes que provocam mudanças fundamentais.Para consulta ao Novas Pensatas, ir ao link dos meus blogs favoritos.

Explicando “Ocupar Wall Street”

A capa da revista
Editada em Vancouver, no Canadá, a revista Adbusters, tem como objetivo desestabilizar as estruturas de poder existentes no mundo e forjar uma mudança na forma como as pessoas viverão neste século. O seu editor chefe, Kalle Lasn, garante que foi com essa certeza que a revista iniciou um movimento que promete abalar as estruturas do sistema politico estadunidense neste ano eleitoral.
Inspirado pelos acontecimentos da Primavera Árabe, Lasn e sua equipe criaram uma peça publicitária em que uma bailarina pairava sobre o touro símbolo de Wall Street. O texto fazia apenas uma pergunta: “Qual a sua exigência?” e pedia para as pessoas levarem uma barraca para o centro financeiro de Nova Iorque no dia 17 de setembro do ano passado.
A chamada catalizou a insatisfação, em especial dos jovens, com a crise econômica internacional, com a concentração de riquezas e com a influência cada vez maior das corporações sobre governos em todo o mundo. Milhares de pessoas atenderam ao pedido e ocuparam praças e outros espaços públicos nas principais capitais dos Estados Unidos e em mais de 1.500 cidades em 83 países. Lasn, um estoniano de 69 anos radicado no Canadá desde a década de 1980, ainda se surpreende ao analisar a dimensão do movimento.
Somente para complementar, alguns pequenos trechos reproduzidos abaixo, da longa entrevista exclusiva ao Opera Mundi e à Carta Maior, ele fala da decepção com o governo de Barack Obama, explica as origens do movimento, por que é contra as grandes corporações e como trabalha para criar um terceiro partido nos Estados Unidos.
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Como surgiu a ideia do Occupy Wall Street?Quando começou a acontecer a mudança de regime na Tunísia, um momento muito excitante para o ativismo em todo o mundo e especialmente para nós, que vínhamos pedindo por esse tipo de revolução há 20 anos. Depois houve no Egito uma mudança de um regime duro instigada por jovens a partir do uso das mídias sociais e que levou as pessoas às ruas para exigir mudanças. Tudo isso nos fez pensar que nos Estados Unidos também há um tipo de regime. Não é como o do Egito, mas ainda assim é um regime que tem o poder, em que as megacorporações têm o poder de controlar Washington, o coração da democracia americana (sic), e Wall Street, que têm o poder de controlar o destino econômico da América (sic). Muitos jovens nos EUA sentem que todos os aspectos de suas vidas, como o tipo de sapato que compram, a música que escutam, ou a comida que comem, são de alguma forma controladas por poucas e poderosas megacorporações. Foi assim que começamos: precisamos de uma mudança de regime suave na América (sic) e como podemos realizá-la.

O senhor se surpreendeu com a força do movimento?Sabíamos que em Nova York seria uma grande explosão, um big bang. As pessoas estavam se organizando e bastante excitadas. O movimento chegou a Chicago e depois a Los Angeles, começou a cruzar fronteiras aqui no Canadá e, em meados de outubro, de repente havia mais de mil ocupações em todo o mundo. Nós apenas ficamos boquiabertos assistindo a tudo isso na Al Jazeera.

Qual sua avaliação do governo do presidente Barack Obama?Todos acreditamos em Obama e na visão que ele apresentava. Mas assim que assumiu o poder ele começou a recuar em todas as decisões importantes que precisavam ser tomadas, como a questão dos presos em Guantánamo, a regulamentação do mercado financeiro e mesmo em relação à guerra no Afeganistão. Obama sempre ficou em cima do muro e não mostrou a ousadia que parecia ter. Ele deve ser reeleito, mas sem o apoio entusiasmado dos jovens americanos (sic). E também porque os candidatos republicanos não têm carisma, visão e parecem um bando de perdedores.

Adbusters pretende apoiar Obama, como na eleição anterior?Nós o apoiamos no passado. Ficamos tão impressionados com a visão dele sobre a direção que os EUA deveriam seguir, da política externa, mas estamos desiludidos. Este ano lutaremos pela criação de um terceiro partido nos EUA. Por muito tempo as opções políticas no país eram a Pepsi-Cola ou a Coca-Cola, os Republicanos ou os Democratas. As garrafas parecem diferentes, mas o conteúdo e o sabor são parecidos. A discussão sobre a plataforma do partido começará na Internet e se conseguirmos alguns milhões de pessoas para apoiar o novo partido faremos uma convenção. Não há qualquer chance de vencermos as próximas eleições, mas acho que podemos fazer o papel do desmancha prazer e, em quatro ou cinco anos, teríamos possibilidades reais de nos tornarmos uma nova e poderosa voz política nos EUA.

O que leva alguém que nasceu na Estônia, viveu na Austrália, Japão e se radicou no Canadá a fazer política nos Estados Unidos?Viajei muito quando tinha 20 e poucos anos. Fui à Índia, Afeganistão, Panamá e, para mim, o mundo é o mundo. Tudo está conectado e pude ver como as pessoas em alguns dos países mais pobres do mundo estavam sofrendo e levando uma vida terrível por causa da forma como o primeiro mundo tratava o terceiro mundo. Todos vivemos no mesmo mundo, e o que acontece com o Goldman Sachs ou o que algumas pessoas fazem em Wall Street pode me fazer sofrer aqui no Canadá, podem te fazer sofrer no Brasil, na Índia. Vivemos num mundo globalizado e temos que nos acostumar a isso. Não há nada estranho nem engraçado sobre uma pessoa que nasceu na Estônia e vive no Canadá lutar por um sistema diferente nos Estados Unidos.

Postado por Jonga Olivieri às 01:32

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Unidade y manifestaciones sociales internacionales

Para enfrentar la crisis capitalista!
Necesitamos unidad y manifestaciones sociales internacionales
João Pedro Stedile
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1. El Foro Social en Porto Alegre

Durante 5 días centenares de militantes sociales, entidades e intelectuales se reunieron en Porto Alegre, para llevar a cabo diversos debates y convergencias sobre la crisis capitalista mundial y sus consecuencias en el medio ambiente y en las poblaciones.

El evento realizado entre el 24 y 29 de enero no tuvo el mismo glamour ni la pasividad de otras ocasiones. No era un Foro mundial, era sólo un foro internacional, temático, enfocado en la crisis y el medioambiente. Por eso la participación fue más militante y representativa. Hubo decenas de reuniones, talleres, seminarios y debates, entre las más diferentes redes internacionales y articulaciones sociales. De ahí su importancia, el de continuar siendo un espacio de exposición de ideas, de debates y diálogos entre diferentes entidades y visiones de mundo.

2. La unidad en el análisis de la coyuntura

El resultado de esos diálogos es que se produjo una profunda coincidencia de análisis y evaluaciones, entre los más diferentes movimientos sociales presentes (de Brasil y de América Latina y algunos europeos), intelectuales comprometidos con el pueblo, entidades de la sociedad civil y militantes anónimos, por cierto muy combativos. Todos concordaron que estamos en el inicio de una crisis, prolongada, que es estructural del capitalismo, ahora globalizado, capitaneado por el capital financiero y sus corporaciones transnacionales. Que los estados nacionales y sus gobiernos están a merced de los intereses del gran capital, y de cierta forma con las manos atadas para tomar medidas efectivas que pudieran resolver la crisis, sin afectar a los trabajadores.

Todos concordaron que frente a la crisis, las grandes empresas capitalistas, sus bancos y corporaciones y sus gobiernos nacionales, se mueven y están adoptando las siguientes estrategias:

a) Utilizar los recursos públicos en su provecho y así paliar la crisis;

b) Provocar conflictos bélicos regionales, para generar demandas al complejo industrial-militar;

c) Reprimir posibles movilizaciones populares, como está ocurriendo en todos los países donde hay movilizaciones, inclusive en Estados Unidos y Europa;

d) Apropiarse de los recursos naturales, privatizándolos para las empresas, como forma de transformar el capital ficticio en patrimonio, bienes efectivos, y así en la próxima etapa los transforman en lucros extraordinarios;

e) Transformar los países del hemisferio sur en meros exportadores de materias primas para sus necesidades;

f) Aumentar el desempleo en el hemisferio norte, sobre todo entre jóvenes y los trabajadores de las industrias;

g) Utilizar la conferencia de Río+ 20, como teatro internacional para decir que están interesados en la sustentabilidad y crear un nuevo marco legal, que les dé credibilidad para apropiarse de los recursos naturales, en el contexto de lo que se ha denominado "economía verde", y seguir acumulando ganancias, con colorido verde;

3. Las propuestas unitarias para enfrentar la crisis

Frente a esa situación, se realizó en Porto Alegre, como última actividad del Foro, una importante asamblea internacional de movimientos sociales, que produjo un documento de análisis y selló un acuerdo unitario, entre otras iniciativas, para:

a) Denunciar a los estados y gobiernos que están operando sólo en favor del capital;

b) Denunciar la máscara de economía verde, como un engaño para esconder la verdadera causa de los problemas ambientales que se reproducen en todo el mundo;

c) Tener claro que los principales enemigos del pueblo en esta etapa del capitalismo, son el capital financiero, las empresas transnacionales y los procesos de militarización y represión que ocurren en los países;

d) Luchar por una democracia verdadera, que supere la mera representatividad formal, la manipulación que los capitalistas están operando en relación a los gobiernos y construya nuevas formas de participación popular en los destinos de los países;

e) Esforzarse para realizar grandes movilizaciones de masas en todos los países, contra los enemigos comunes, única forma de poder alterar la actual correlación de fuerzas;

f) Defender los recursos naturales de nuestros países, como la cuestión de la soberanía nacional y popular, frente a la ofensiva y apropiación privada del capital;

g) Exigir de los gobiernos políticas públicas de protección de los intereses de la mayoría de la población, en especial de los más pobres y trabajadores;

h) Realizar esfuerzos para enfrentar el monopolio de los medios de comunicación de masas, que en todos los países manipulan a las masas y distorsionan las verdaderas causas de la crisis y sus graves consecuencias para la humanidad;

i) Redoblar esfuerzos para construir la unidad entre todas las fuerzas sociales en nuestros países y a nivel internacional, única forma de enfrentar la fuerza del capital;

j) Preparar para la semana del 5 junio, una gran jornada mundial, en defensa del medioambiente y contra las empresas transnacionales;

k) Prepararse para realizar entre el 18-26 de junio, en Río de Janeiro, una gran movilización mundial, con un campamento permanente, realizar la cumbre de los pueblos, en contraposición a la cumbre de los gobiernos y del capital.

Como ven, los espacios de Porto Alegre fueron muy fértiles para la construcción de convergencia y unidad de objetivos. Ahora, se espera que todas las fuerzas involucradas en Brasil, en América Latina y en todo el mundo, logren llevar a la práctica estos acuerdos programáticos. (Traducción ALAI)

- João Pedro Stedile es miembro de la Coordinación Nacional del MST y de la Vía Campesina Brasil.

Nota: Reproduzimos este documento por considerarmos importante. Mais informação, consultar http://movimentos.org/

domingo, 5 de fevereiro de 2012

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Fala João Pedro Stedile

Transcrição da fala de João Pedro Stedile, do MST, na reunião entre Dilma e representantes da sociedade civil
31/01/2012

Verena Glass
Repórter Brasil
Porto Alegre (RS)
Íntegra da fala de João Pedro Stedile, do MST, em reunião no dia 26 de janeiro de 2012. Leia mais sobre a reunião aqui.

"Quero começar, em nome dos movimentos sociais do campo, a cumprimentar a nossa presidenta por ter escolhido Porto Alegre e não Davos. A senhora parece ser realmente corajosa. Mas a minha obrigação aqui, em nome dos movimentos sociais do campo – sem querer representar a todos –, é trazer algumas idéias nesse espírito do diálogo aberto e franco.

Prometo não falar de reforma agrária, porque ela está paralisada, apesar de termos ainda 180 mil famílias acampadas nas beiras das estradas que precisam pelo menos de uma solução humanitária. Mas como o tema aqui é Rio + 20, nós analisamos no MST, com tudo que aprendemos na tradição de luta socialista e cristã, que a melhor pregação é o exemplo. Que o Brasil só pode liderar um processo internacional de defesa do nosso planeta, da nossa biodiversidade, se nós dermos o exemplo.

Nós temos uma agenda nacional que precisa ser resolvida. A primeira delas é que não podemos admitir as mudanças que foram acordadas no Senado para o Código Florestal. Vamos descobrir seu correio eletrônico para que o povo brasileiro lhe escreva para pedir o veto de alguns artigos que a senhora mesmo se comprometeu [a vetar] durante a campanha, e que nós não podemos aceitar.

Nós não podemos aceitar a anistia dos crimes ambientais dos latifundiários, assim como não aceitamos a redução da reserva legal, mesmo nos quatro módulos. Porque isso abre brecha para o capital internacional seguir desmatando o Cerrado e a Amazônia. A nossa política – esperamos que a senhora concorde – é do desmatamento zero. Não há necessidade de derrubarmos mais nenhuma árvore para seguirmos aumentando a produção de alimentos, inclusive em condições muito melhores.

A segunda agenda: nós precisamos fazer um grande programa nacional de reflorestamento para a agricultura familiar, controlado pelas mulheres – já que as mulheres agora mandam nesse país -, um programa para que cada agricultor familiar possa reflorestar dois hectares. Isso é uma merreca. O BNDES dá tanto dinheiro para multinacional, chegou até a financiar a America Online, massa falida... Por que não pode dar dinheiro para a agricultura familiar reflorestar o nosso país, que é uma contribuição para a humanidade?

Terceira agenda: nós precisamos com urgência um programa nacional que estimule a agroecologia. Um programa de políticas públicas que recupere uma agricultura sadia, que plante alimentos sem veneno. Quanto mais agrotóxico colocarmos nos alimentos, maior a incidência de câncer. É uma obrigação nossa produzir alimentos sadios, e para isso as técnicas da agroecologia são as mais recomendadas. Mas o governo está ausente, e é preciso ter políticas públicas que compensem e estimulem [estas práticas].

Quarta agenda: o Ministério da Integração Nacional anunciou que vai irrigar 200 mil hectares do Nordeste. Ótima noticia. Mas aí vai para lá a Cutrale, empresários do Sul, isso é uma vergonha, presidenta. Nós apelamos, em nome dos nordestinos, nós precisamos distribuir esses 200 mil ha para fazer assentamentos. Dois hectares por família, a senhora vai assentar 100 mil agricultores do Nordeste, que vão ficar juntinhos da água, e resolve três problemas: do alimento, da água e do emprego. Não precisa levar empresários do Sul. Senão vamos ocupar as terras deles.

Quinta agenda: nós não podemos nos conformar que governos do exterior deram 700 milhões para o Fundo Amazônia, e o dinheiro está lá parado no BNDES, e pela burocracia do banco só 10% do dinheiro foi aplicado. E ainda assim, dos 23 projetos, a maioria é de governos da Amazônia, de Rondônia, do Amapá. Ora, a vocação deste dinheiro é para recuperar a Amazônia, são projetos sociais, não é para governo. Governo tem outros mecanismos.

Por último, nós não podemos fazer uma conferência de meio ambiente e os nossos irmãos guarani-kaiowa continuam morrendo. Isso é uma dívida de honra. Nós não podemos aceitar que o agronegócio continue matando os povos indígenas que são os verdadeiros zeladores da nossa biodiversidade e do território. Então se a senhora só resolver os problemas dos guarani-kaiowá no Mato Grosso do Sul já vai para o céu. Agora, se não resolver isso, não adianta falar em biodiversidade, assinar documento. E a mesma coisa com as comunidades quilombolas. Faz dois anos que o Incra não legaliza nenhuma área quilombola. É a maior dívida social que nós temos, o país foi construído com trabalho escravo, e agora não consegue reconhecer uma área? Nós temos que recuperar a legalização das terras quilombolas."

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

imagens do fst_2012



















Nota: No Gigantinho, enquanto a Presidenta Dilma Roussef mostrava claramente sua estima pelos movimentos sociais_ FST2012_ em oposição aos brancos ricos de Davos, percebi que estes dois índios discutiam o próximo encontro da Rio + 20 onde todas as aldeias da tribo empoderadas poderão assistir aos filmes denúncias dos agrotóxicos e da TERRA SEM VENENO.
( clic na foto se quiser ampliá-la)