tag:blogger.com,1999:blog-5722966864022156732.post8204154600146936823..comments2024-03-27T12:08:43.993-03:00Comments on Cultura, Política e Cinema: Cinema SilenciosoStela Borges de Almeidahttp://www.blogger.com/profile/10276851506059079479noreply@blogger.comBlogger7125tag:blogger.com,1999:blog-5722966864022156732.post-57854271023451146402010-10-13T18:47:27.206-03:002010-10-13T18:47:27.206-03:00Estimado André, de volta e sempre. Estive viajando...Estimado André, de volta e sempre. Estive viajando e ainda não coloquei a papelada em ordem, mas brevemente retorno aos Estudos Culturais. Vou precisar urgentemente assistir o filme que está na SWS, imperdivel. Vou tentar. Ainda não visitei Novas Pensatas e Setaro's Blog, este final de semana conectarei, recebeu o e-mail que enviei em trânsito? um abraço.Stela Borges de Almeidahttps://www.blogger.com/profile/10276851506059079479noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5722966864022156732.post-48182616842744307262010-09-29T06:38:15.320-03:002010-09-29T06:38:15.320-03:00Com o advento do cinema sonoro, em outubro de 1927...Com o advento do cinema sonoro, em outubro de 1927, houve uma sistemática destruição da estética da arte muda. Todo um planejamento visual, de construção da 'mise-en-scène', foi por água abaixo com a introdução do som, e os chamados 'filmes falantes' começaram verborrágicos até que, a partir dos anos 30, houve a preocupação de se conjugar a imagem e o som de maneira eficiente. Muita água, porém, passou debaixo da ponte até que isso acontecesse. E, surpreendentemente, a principal descoberta para esta integração, por incrível que pareça, foi a descoberta do silêncio.<br /><br />O cinema, quando era mudo, era exibido de forma diversa, porque eram projetados a 16 quadros por segundo. Com a introdução do cinema sonoro, todos os projetores se adaptaram para exibir os filmes falados, que são projetados a 24 fotogramas por segundo. Resultado: o cinema da arte muda, quando apresentado, é exibido a 24 quadros por segundo, deformando, com isso, o seu ritmo, a sua estética, a sua produção de sentidos. A sensação que temos quando vemos um filme mudo é que ele 'anda depressa', com os personagens quase em disparada.<br /><br />Não se pode ver um filme mudo nestas condições. Lembro-me que, em 1980, recuperado 'Limite', de Mário Peixoto, obra feita dentro da estética da arte muda, o filme foi programado para uma exibição aqui na Bahia na Sala Walter da Silveira. Peixoto, ainda vivo, quando soube que sua obra-prima ia ser mostrada a 24 quadros por segundo, proibiu a exibição caso não fosse providenciada a adaptação dos projetores da sala para 16 quadros por segundo. A Walter da Silveira fechou por uma semana para que técnicos, vindos do Rio, fizessem a adaptação. Tive a honra de ver 'Limite' em seu ritmo normal, em sua pulsação sinusal original. Mas, quatro anos depois, quando Peixoto já estava debaixo da terra, a sala exibiu novamente 'Limite', mas, desta vez, criminosamente desfigurado em 24 quadros por segundo.André Setarohttps://www.blogger.com/profile/06787971140802572334noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5722966864022156732.post-33131225832738464242010-09-29T06:37:52.127-03:002010-09-29T06:37:52.127-03:00Com o advento do cinema sonoro, em outubro de 1927...Com o advento do cinema sonoro, em outubro de 1927, houve uma sistemática destruição da estética da arte muda. Todo um planejamento visual, de construção da 'mise-en-scène', foi por água abaixo com a introdução do som, e os chamados 'filmes falantes' começaram verborrágicos até que, a partir dos anos 30, houve a preocupação de se conjugar a imagem e o som de maneira eficiente. Muita água, porém, passou debaixo da ponte até que isso acontecesse. E, surpreendentemente, a principal descoberta para esta integração, por incrível que pareça, foi a descoberta do silêncio.<br /><br />O cinema, quando era mudo, era exibido de forma diversa, porque eram projetados a 16 quadros por segundo. Com a introdução do cinema sonoro, todos os projetores se adaptaram para exibir os filmes falados, que são projetados a 24 fotogramas por segundo. Resultado: o cinema da arte muda, quando apresentado, é exibido a 24 quadros por segundo, deformando, com isso, o seu ritmo, a sua estética, a sua produção de sentidos. A sensação que temos quando vemos um filme mudo é que ele 'anda depressa', com os personagens quase em disparada.<br /><br />Não se pode ver um filme mudo nestas condições. Lembro-me que, em 1980, recuperado 'Limite', de Mário Peixoto, obra feita dentro da estética da arte muda, o filme foi programado para uma exibição aqui na Bahia na Sala Walter da Silveira. Peixoto, ainda vivo, quando soube que sua obra-prima ia ser mostrada a 24 quadros por segundo, proibiu a exibição caso não fosse providenciada a adaptação dos projetores da sala para 16 quadros por segundo. A Walter da Silveira fechou por uma semana para que técnicos, vindos do Rio, fizessem a adaptação. Tive a honra de ver 'Limite' em seu ritmo normal, em sua pulsação sinusal original. Mas, quatro anos depois, quando Peixoto já estava debaixo da terra, a sala exibiu novamente 'Limite', mas, desta vez, criminosamente desfigurado em 24 quadros por segundo.<br /><br />As grandes cinematecas, no entanto, quando mostram filmes mudo possuem projetores adequados para a exibição desses filmes em 16 quadros por segundo.André Setarohttps://www.blogger.com/profile/06787971140802572334noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5722966864022156732.post-3245219215475581282010-09-29T06:37:29.819-03:002010-09-29T06:37:29.819-03:00Com o advento do cinema sonoro, em outubro de 1927...Com o advento do cinema sonoro, em outubro de 1927, houve uma sistemática destruição da estética da arte muda. Todo um planejamento visual, de construção da 'mise-en-scène', foi por água abaixo com a introdução do som, e os chamados 'filmes falantes' começaram verborrágicos até que, a partir dos anos 30, houve a preocupação de se conjugar a imagem e o som de maneira eficiente. Muita água, porém, passou debaixo da ponte até que isso acontecesse. E, surpreendentemente, a principal descoberta para esta integração, por incrível que pareça, foi a descoberta do silêncio.<br /><br />O cinema, quando era mudo, era exibido de forma diversa, porque eram projetados a 16 quadros por segundo. Com a introdução do cinema sonoro, todos os projetores se adaptaram para exibir os filmes falados, que são projetados a 24 fotogramas por segundo. Resultado: o cinema da arte muda, quando apresentado, é exibido a 24 quadros por segundo, deformando, com isso, o seu ritmo, a sua estética, a sua produção de sentidos. A sensação que temos quando vemos um filme mudo é que ele 'anda depressa', com os personagens quase em disparada.<br /><br />Não se pode ver um filme mudo nestas condições. Lembro-me que, em 1980, recuperado 'Limite', de Mário Peixoto, obra feita dentro da estética da arte muda, o filme foi programado para uma exibição aqui na Bahia na Sala Walter da Silveira. Peixoto, ainda vivo, quando soube que sua obra-prima ia ser mostrada a 24 quadros por segundo, proibiu a exibição caso não fosse providenciada a adaptação dos projetores da sala para 16 quadros por segundo. A Walter da Silveira fechou por uma semana para que técnicos, vindos do Rio, fizessem a adaptação. Tive a honra de ver 'Limite' em seu ritmo normal, em sua pulsação sinusal original. Mas, quatro anos depois, quando Peixoto já estava debaixo da terra, a sala exibiu novamente 'Limite', mas, desta vez, criminosamente desfigurado em 24 quadros por segundo.<br /><br />As grandes cinematecas, no entanto, quando mostram filmes mudo possuem projetores adequados para a exibição desses filmes em 16 quadros por segundo.André Setarohttps://www.blogger.com/profile/06787971140802572334noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5722966864022156732.post-32002323659691513252010-09-20T13:11:34.524-03:002010-09-20T13:11:34.524-03:00Awesome web site, I hadn't come across stelalm...Awesome web site, I hadn't come across stelalmeida.blogspot.com before in my searches!<br />Continue the good work!Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5722966864022156732.post-82406321291258482462010-09-14T23:21:00.409-03:002010-09-14T23:21:00.409-03:00Prazer em revê-lo, caro Jonga! senti falta dos seu...Prazer em revê-lo, caro Jonga! senti falta dos seus sempre sensatos comentários. <br />A história do cinema merece ser revisitada sim, estamos a cada dia submetidos aos "blockbusters" e a vulgata consumista, apaga-se uma memória e perde-se a aura desta arte tão essencial para os homens e mulheres sensíveis. O André Setaro tem demonstrado nos seus escritos quanto temos nos afastado das obras de valor.<br /><br />Olha, vou despedir-me por um tempo, mas garanto que voltarei antes que o ano termine. Aliás as conversas sobre cinema tornaram-se ponto central na minha agenda e você é um dos mais arguto e bem informado neste métier. Até breve.Stela Borges de Almeidahttps://www.blogger.com/profile/10276851506059079479noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5722966864022156732.post-65814888756617246682010-09-14T12:00:35.264-03:002010-09-14T12:00:35.264-03:00O cinema silencioso tem obras preciosas as quais, ...O cinema silencioso tem obras preciosas as quais, hoje, a maioria não dá importância, mas no entanto deve-se dar um merecido valor histórico e artístico por ser a origem de tudo.Jonga Olivierihttps://www.blogger.com/profile/12067070029317694698noreply@blogger.com